What if…? (e se…. nem tudo der certo?) – SuaCarreira.ca by WorKool

Tenho vontade, desejo, quero muito…. Meu sonho é viver no exterior. Meu planejamento para o Canadá está desenhado, sendo pensado, ou até já em andamento. Mas, e se…nem tudo der certo? Ou nao acontecer como prevemos? O que fazer? Tenho um plano B, C, D, ou até um plano Z? Estou preparado para ajustar minha rota, recuar ou tentar novamente mais adiante?

Eu sei, todos pensamos nisso milhares de vezes antes de nos movimentarmos em direção ao nosso objetivo: You are not alone! Todos passamos por isso antes de explorar novos paises principalmente antes de grandes mudancas (apesar de em diversos momentos e situacoes parecer que esta, afinal a maioria de nos acaba compartilhando esse plano apenas quando ja estamos em fases mais avancadas…)

São muitas perguntas e uma ótica não muito otimista para quem está planejando um ousado voo rumo ao desconhecido e complexo mundo que é a mudanca para um novo país. Mas tão importante quanto o plano de imigração em si é um plano de contingência, que contemple situações indesejadas – mas totalmente possíveis de acontecer – para que não se fique no sufoco em eventuais insucessos ou acontecimentos inesperados no transcurso desse longo e difícil processo de se tornar um residente e até mesmo cidadã(o) em outro país.

Pode parecer “chover no molhado”, no entanto nunca é demais falar da importância de um bom planejamento. Essencial para variados aspectos das nossas vidas cotidianas, seja pessoal ou no trabalho, um plano estratégico e tático bem estruturado se faz mais do que necessário para um objetivo tão grande e complexo como imigrar e se estabelecer no exterior. Diria que é o ponto de partida, a base que te guiará por cada fase do processo, e que possivelmente definirá o resultado final da sua jornada. Para o bem ou para o mal.

Portanto, se debruce ao máximo e com a maior dedicação possível sobre o seu plano, e se esforce tanto ou mais nele do que você o faz ou virá a fazer nas etapas concretas. O pré-evento, no caso da mudança de país, é determinante para o que e como virá seu retorno à frente, por isso não economize no tempo e detalhamento de cada ação e seus desdobramentos, cada eventual risco a ser considerado e suas opções A,B, C…. Z. Sendo assim suas expectativas estarão muito bem equilibradas e ao visualizar cenários de maneira antecipada você poderá corrigir possíveis desvios de rotas com antecedência evitando eventuais transtornos desnecessários.

Dito isso, vamos falar mais especificamente sobre a situação que ninguém deseja que aconteça, mas que pode sim se apresentar para alguns: me planejei, achei que tinha feito tudo certo, mas… infelizmente não cheguei onde imaginei ou gostaria, estou em dificuldades, penso que não vou conseguir continuar tentando viver no Canadá na atual situação.

E aí, o que fazer quando tudo parece estar (ou de fato está) dando errado no Canadá?

Um primeiro ponto a se levar em consideração de antemão é que estamos falando de um processo que envolve múltiplos aspectos e variáveis que impactarão no andamento e resultado final do plano como um todo, que geralmente tem como linha de chegada o tão sonhado PR ou residência permanente em mãos (mas que na verdade não termina nunca, uma vez que jamais deixaremos de ser imigrantes e, dessa forma, estamos em um eterno processo de adaptação e aculturamento local). Fatores como nível de adaptabilidade, flexibilidade, reaprendizagem, resiliência e persistência se unem a objetivos e características pessoais – e de toda uma família, quando esse é o formato – e, inseridos em um determinado contexto geral e local, definem os rumos que as pessoas, dentro de seus planos, terão dentro de um certo tempo.

E o que podemos efetivamente interferir nisso tudo, Gabriel? Bem, acredito que nossa primeira e maior responsabilidade enquanto protagonistas desse processo é, como disse acima, se debruçar com fervor e sem economias na etapa prévia, de planejamento. Mapear todos os possíveis, riscos, oportunidades, benefícios, vantagens e desvantagens. Equilibrando muito bem as expectativas do que vivenciaremos inclusive para definição de onde queremos viver (isso inclui o país, a região, província, e a cidade), passando antes por um exercício de autoconhecimento. Descobrir seus pontos fortes e fracos, colocando-os em um mapa (pra quem já ouviu falar de ferramentas como a SWOT, onde analisamos e elencamos as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, sabe como isso ajuda em diversas planejamentos e situações quotidianas), vai te propiciar uma visão geral, além de questões específicas, sobre sua personalidade e seus interesses, permitindo portanto uma análise mais clara e objetiva dos possíveis cenários e a definição de uma estratégia e um ou mais planos táticos.

É nesse momento, da formatação dos planos táticos após a definição da estratégia macro e dos objetivos específicos, que entram algumas possíveis respostas ao título desse artigo. E se der tudo errado? Bom, mesmo que as coisas não estejam saindo exatamente como você projetou ou mesmo estão de certa forma insustentáveis, você terá alguns benefícios caso tenha desenhado um plano amplo e que preveja variados cenários (conservador, ideal, otimista etc). Vamos a eles:

1 – Ainda que sua situação esteja bem complicada, você não ficará perdido ou desesperado, pois sabe que há saída para qualquer cenário, previamente desenhados por você mesmo. Pode até não ser o que você queria fazer, mas terá uma “rota de fuga”, um plano de contingência e crise para usar em uma necessidade;

2 – Dentro de um cenário conservador, cauteloso ou até mesmo pessimista, podem haver variações contemplando diferentes formas de contornar um problema (por exemplo: se há uma questão financeira, pode se prever a venda de algum ativo no médio ou longo prazo, tentar aumentar a renda com outros trabalhos, etc.) e, assim, permitir ganhar fôlego e manter o foco e os objetivos traçados, sem grandes mudanças de rota ou mesmo desistência do plano principal, de imigrar;

3 – Esse estudo, além da entrega prática, nos oferece um overview muito valioso tanto sobre nós mesmos, nossos goals, quanto do plano em si, sua viabilidade, o quão tangível ele é. Isso também nos dá alguma tranquilidade para ir em frente (ou não, dependendo dos achados dele) e dar os próximos passos em direção ao sonho da imigração.

Por fim, mas não menos importante, é preciso entender que, como qualquer aspecto da vida, planos dão certo e outros não. Você já deve ter cansado de ver frases motivacionais como “falhar é normal, faz parte, o importante é não desistir até alcançar seus objetivos”. Apesar de clichês, são verdadeiras as premissas de que para cada empreitada de sucesso na vida há algumas de insucesso, e que precisaremos ser persistentes se quisermos atingir nossas metas, especialmente as de longo prazo como imigrar.

No entanto, é fundamental termos em mente que muitos dos riscos que podem definir o sucesso ou insucesso de um plano são previsíveis, podemos mapeá-los e prevê-los. Dessa forma, temos a chance de pensar em soluções para, caso de fato aconteçam, possamos driblá-los e sairmos do outro lado, ou ao menos ajustarmos a rota e chegarmos no destino final, mesmo que por um caminho um pouco mais longo do que o inicialmente previsto.

Por isso, deixo aqui pequenas dicas e insights para que você tenha um ponto de partida, uma base mínima para elaborar seu plano estratégico-tático, com rotas de fugas para eventuais dificuldades:

pense macro, mas especifique as ações;
capriche no mapeamento de riscos, oportunidades, vantagens e desvantagens, desenhando mais de uma opção para cada cenário;
não subestime qualquer ponto que você acredite poder ser impactante no plano, ainda que no longo prazo;
se for o seu perfil, não tenha medo de ousar, mas procure equilibrar os riscos e benefícios do plano e suas ações;
Caso sinta dificuldades em elaborar um plano assim, pense em um suporte (pode ser de amigos ou até de um profissional), afinal ele é parte crucial do seu plano maior, o da imigração.

Duas frase que me impactaram bastante aqui e que faz muito sentido nessa preparação e equilíbrio de expectativas são:

Hope for the best / prepare for the worst, ou em tradução livre: espere o melhor e se prepare para o pior
Expect nothing / accept everything : não espere nada e aceite o que vier

Ou seja, em diversos momentos por mais bem preparado que você estiver, muitas coisas podem acontecer alheias a sua vontade e controle, então esteja muito ciente disso, pois caso contrário a nossa mente pode entrar em parafuso. Tenha margem de manobra e flexibilidade para se adaptar às situações que vai enfrentar. Nao conheco ninguem repito ninguem que os planos aconteceram 100% exatamente como haviam previsto, sempre aconteceram situacoes e fatores alheios as vontades e decisoes que em alguns casos auxiliaram em outros prejudicaram na caminhada, mas esteja certo que a perseveranca, a forca de vontade e o objetivo maior sempre falaram mais alto e forte para aqueles que continuam sua jornada por aqui.

E pense ainda que, se no final de tudo realmente não der certo em seus planos para o Canadá, houve uma oportunidade de aprendizado, uma experiência insubstituível e de evolução pessoal (muitas vezes profissional também) para aqueles que vieram e viveram por um tempo aqui, mas por algum motivo não conseguiram permanecer.

Além disso, quem retorna para o Brasil após um período de estudos e/ou trabalho no exterior, costuma ter o seu currículo valorizado por sua capacidade de sair da zona de conforto como tambem em função da experiência em um outro país e melhoria da fluência do idioma o que impacta fortemente sua percepção como profissional por empresas e profissionais brasileiros, o que já é por si só um ganho concreto da sua experiência fora. Cada vivência é super válida e deve ser valorizada como tal, e nada é estanque e imutável. Sempre é possível retomarmos, recomeçarmos, nos reinventarmos.

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Espero que tenha conseguido esclarecer alguns pontos e sigo a disposição para novas sugestões de temáticas, sempre que possível tenho compartilhado novos textos por aqui ou também pelo Linkedin, se não somos conectados ainda fique a vontade para me adicionar

Aproveito para te convidar a ler nossos outros textos sobre Vida e Carreira no Canadá e fique a vontade para comentar com sugestões de outros temas que possam te interessar:

Serie: O Canada tem mais qualidade de vida que os EUA?

Capítulo 1: Saude

Capítulo 2: Educacao e Segurança

Capitulo 3: Clima, economia e mercado de trabalho

Capitulo 4: Moradia e meio ambiente

Capitulo 5 – Possibilidades de imigração

Serie: Meias verdades Canadenses:

Capítulo 1: Quem mora no Canadá passa metade do ano congelado/embaixo de neve

Capítulo 2: O Canadá é um país bilingue

Capítulo 3 : O Job Bank canadense tem muitas vagas disponíveis.

Capítulo 4: O Canadá Busca XYZW ((o XYZW pode ser substituído por: casais; famílias com filhos; brasileiros; ou qualquer outra nacionalidade…)

Capitulo 5: Vancouver é o Rio de Janeiro do Canadá